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Complexidade na crise da Covid e perspectivas empresariais

09/07/2020 - Complexidade na crise da Covid e perspectivas empresariais

A crise provocada pela pandemia constitui uma questão econômica intricada. Os problemas empresariais dela decorrentes devem ser examinados com base nos sistemas complexos, que envolvem a caracterização da gestão estratégica em sua atuação evolucional; bem como a constatação de modelos de comportamento e incertezas críticas[1].

Descreve-se, sumariamente, a seguir, o contexto macroeconômico brasileiro, no primeiro semestre de 2020. Houve forte queda dos PIBs setoriais no período de março a junho: -29% para o varejo ampliado; -26% para a indústria e -18% para os serviços. Excepcionalmente o PIB do agronegócio cresceu 3,3%, no primeiro trimestre, tendo tido alta de 0,94%, devido ao crescimento de todos os segmentos da cadeia produtiva  (serviços e insumos), além do bom desempenho dos ramos pecuário (6.11%), e da agricultura (1,9%).  Com relação à pecuária, o desempenho do setor foi favorecido pela elevação dos preços das carnes suína e bovina, por força da demanda externa em decorrência da peste suína africana (PSA); e do impacto desse aumento nos preços/demanda de proteínas substitutas, como carne de frango e ovos.  No ramo da agricultura, os bons resultados derivam da elevação de preços (café, arroz, milho, soja e trigo, banana e tomate) e das boas perspectivas para a safra atual (café, soja, milho, algodão e laranja, entre outros).

A desindustrialização no Brasil tem avançado em razão da crise pandêmica. De 1970 a 2017, o PIB industrial recuou de 21,4% para 12,6%. Em 2018, chegou ao patamar mais baixo em 70 anos: 11,3%. Globalmente, o setor industrial aumentou a participação no PIB de 15,7% em 1971 para 17,3% em 2017. No Brasil, em abril de 2020, a evolução do produto industrial sofreu fortes quedas, tanto no setor de bens de consumo duráveis (-79,6% em relação a março de 2020), quanto no setor de bens de capital (-41,5% em relação a março de 2020). Em termos regionais, destaca-se as quedas no Amazonas (-46,5%), Nordeste (-29%), Paraná e São Paulo (-23,2%) e Rio Grande do Sul (-21%).

No respeitante ao comércio varejista, o desempenho recente evidenciou perdas significativas nos setores de bens duráveis; veículos e autopeças; materiais de escritório e informática; vendas das lojas de departamento; tecidos; vestuário; e calçados. As vendas de material de construção declinaram moderadamente: (-1,9%). Em contrapartida, o e-commerce brasileiro quase duplicou suas vendas em relação ao volume de compras registrado no mesmo período de abril de 2019. Tal aponta para uma expansão das vendas de 98,74%; embora o valor do ticket médio tenha caído 8,61%, em relação a abril de 2019. É possível que esse resultado tenha sido influenciado por promoções havidas com o intuito de ampliar as vendas.

A evolução do setor de serviços registrou perdas relevantes no setor de turismo e viagens, serviços prestados às famílias e serviços de transporte. No entanto, houve setores que se beneficiaram por acréscimo na demanda, em função da imposição de distanciamento social e consequente maior utilização do teletrabalho: serviços de informação e comunicação, telemedicina e seguros.

Nesse quadro recessivo, a continuidade do consumo como alavanca do crescimento vem sendo ameaçada, quer pelo crescente desemprego, quer pelo endividamento das famílias. Conforme pesquisas da Confederação Nacional do Comércio, o total das famílias endividadas no Brasil, atingiu 66.6%, em abril 2020. No mesmo período, é importante salientar que 28,5% das famílias com renda inferior a 10 salários mínimos possuem contas em atraso e 11,7% das mesmas declaram não ter condições de pagar as dívidas assumidas.

As perspectivas empresariais pós-crise são fortemente condicionadas pela dinâmica do contexto macroeconômico e setorial, pela evolução da demanda dos consumidores e pelas formas de enfrentamento dos múltiplos riscos. Ademais, os limites temporais impostos às ações dos gestores voltadas para a adaptação e para a introdução de mudanças devem ser considerados. Vale ressaltar ainda, que as resistências comportamentais diante da incerteza podem afetar decisivamente as formas de gestão dos riscos e os resultados futuros.

O cenário econômico atual tem provocado diferentes percepções e comportamentos sobre riscos por parte das empresas.  A empresa enquanto sistema adaptativo complexo caracteriza-se por: (i) interconexões e interdependência em rede, que ganham novas configurações no marco da economia digital; (ii) uso crescente de ferramentas de previsão e elaboração de cenários, de maneira a identificar padrões regulares e incertezas críticas; (iii)  processo decisório ágil, baseado em organização inovadora do fluxo de informações; (iv) investimento no desenvolvimento de processos de compliance, alinhados com os objetivos do negócio; e (v) percepção da complexidade e dos custos da inação em ambientes de alta incerteza.  Com efeito, o quadro de interações comporta, além de diferentes percepções dos gestores, as perspectivas de mercados e cadeias produtivas; assim como do ambiente cultural, social e político.

Na presente conjuntura, as empresas em todos os setores de atividade enfrentam desafios para avaliação de riscos e definição de planos de contingência para a continuidade de negócios estratégicos e não estratégicos. Tais planos, relevantes em conjunturas adversas, foram muitas vezes negligenciados pelas empresas brasileiras, e, como resultado, não desenvolveram cultura de gestão de riscos.

Considerando o Índice de Complexidade Econômica, o Índice Global de Complexidade Corporativa e o Índice de Complexidade de Compliance,[2] o quadro da crise atual exige atenção redobrada para questões tributárias; relações trabalhistas; institucionalidade jurídica e ambiente político; e  estratégias de inovação/digitalização.

No atual contexto, as consequências potenciais da epidemia trazem à tona o necessário debate sobre como gerir indicadores de complexidade para a identificação de ações e estratégias. Nesse sentido, algumas questões-chave podem ser destacadas na avaliação e gestão de indicadores de complexidade:

a)  Identificação dos principais riscos e de suas interações. No corrente cenário, os riscos financeiros demandam particular atenção nas ações e estratégias de mitigação que podem envolver acordos judiciais, mediação etc. Nesse sentido, a avaliação dos desdobramentos dos acordos entre empresas deve considerar os impactos na estrutura de capital, nas condições operacionais e na relação com fornecedores, entre outras dimensões. Também cabe destacar os desdobramentos nos fluxos de caixa da interação com agentes públicos. 

b) Avaliação das múltiplas dimensões das relações trabalhistas. Em particular, ganha destaque a análise das múltiplas dimensões do home office no ambiente corporativo quanto à estrutura tecnológica de acesso aos sistemas centrais e proteção de dados, assim como em relação às questões trabalhistas e de privacidade.

c) Estabelecimento de planos de continuidade de negócios. Diante da incerteza da evolução dos mercados, urge a relevância de planos de contingência adaptáveis a cenários variados, tais como pandemias, desastres naturais, interrupção ou roubo de dados, sabotagem, desordem social. A ausência de tais planos pode afetar não só o processo de governança das empresas, mas também a legitimidade das decisões relativas à aprovação de contratos e outras negociações.

d) Definição de políticas voltadas à produtividade e inovação. A gestão da complexidade econômica surge como condição imprescindível para enfrentar as novas exigências tecnológicas que impulsionam a transformação social e corporativa em um cenário caracterizado pela crescente hiperconectividade e desafios ambientais. Nesse sentido, a mudança e a inovação estimulam o estabelecimento de novas relações com diversos stakeholders e o desenvolvimento de novas formas contratuais e instrumentos jurídicos.

e) Atenção para evolução do comércio internacional e relações geopolíticas: Os desdobramentos da pandemia requerem um novo olhar sobre a dinâmica internacional, cujas dimensões política, econômica e social apontam para transformações passíveis de representar rupturas em relação aos fluxos de comércio, cadeias produtivas; bem como ao escopo das relações entre os Estados nacionais e as empresas.

Processos históricos de mudança não podem ser avaliados com precisão algorítmica, mas a sua interpretação no âmbito do pensamento complexo pode oferecer uma abertura para novas explicações. Nessa perspectiva, Paul Ormerod critica as abordagens ‘mecanicistas', que tendem a tratar as empresas isoladamente e são incapazes de antecipar os 'efeitos em rede' no sistema econômico. As abordagens sistêmicas envolvem problemas complexos, multidimensionais e com vários agentes em nível nacional e internacional[3]. Assim, o alcance das intervenções governamentais depende das interações e interconexões dos diferentes atores e instituições nas redes econômicas, bem como da evolução dos contextos locais ao longo do tempo.

Como síntese conclusiva, não se olvide que a urgência das ações voltadas para adaptação e mudança, além dos complexos desafios da gestão, impulsionam a utilização de novas ferramentas para favorecer a continuidade dos negócios e para a preservação do valor das empresas. A governança das empresas sugere que as relações econômicas estão em constante evolução; ancoradas em percepções, crenças, motivações, hábitos e expectativas. Para efetuar mudanças nos sistemas de governança, os gestores devem definir novos princípios e práticas, de forma a: (i) gerenciar a complexidade e a incerteza nas estratégias e práticas; (ii) projetar o futuro, (iii), considerar a dimensão policêntrica da economia mundial; e (iv) fortalecer a resiliência. Nessa perspectiva, a gestão de indicadores de complexidade pode ser um bom caminho para aguçar percepções e equacionar o enfrentamento das novas demandas econômicas e jurídicas.




Fonte: https://www.conjur.com.br/2020-jul-09/olhar-economico-complexidade-crise-perspectivas-empresariais

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